terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curto, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perda de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça."

(Caio F. Abreu)
"Cansada de tudo que começa. Hoje eu queria alguma coisa que continuasse."

(Tati Bernardi)
"É um defeito, mas nada mais delicioso do que ouvir de uma mulher: "CANALHA!" 

Ser chamado de "canalha" por uma voz feminina é o domingo da língua portuguesa. O som reboa redondo. Os lábios da palavra são carnudos. Vontade de morder com os ouvidos. Aproximar-se da porta e apanhar a respiração do quarto pela fechadura. 

Canalha, definitivo como um estampido, como um tapa. Não ser chamado de canalha pela maldade, mas por mérito da malícia, como virtude da insinuação, pelo atrevimento sugestivo. Não o canalha canalha, mas o ca-na-lha, sem repetição. Único. Irrepetível. Não o canalha que deixa a mulher, o canalha que permanece junto. O canalha adorável que ultrapassou o sinal vermelho para levá-la. O canalha que é rude, nunca por falta de educação, para acentuar a violência do amor. Canalha por opção, não devido a uma infelicidade e limitação intelectual. Canalha em nome da inteligência do corpo. 

O canalha. Como um elogio. Um elogio para dizer que é impossível domesticar esse homem, é impossível conter, é impossível fugir dele. Canalha como pós-graduação do "sem-vergonha". 

Bem diferente de crápula, que não é sensual e define o mau-caratismo indelével, ou do cafajeste, alguém que não presta nem para ser canalha, de índole egoísta e aproveitadora. 

Eu me arrepio ao escutar canalha. Um canalha que significa o contrário do dicionário. Nem perca tempo consultando o Aurélio e o Houaiss, que não incluem o sentimento da pronúncia. Estou falando do canalha que suscita aproximação, abraço, desejo. Um canalha que é um pedido de casamento entre as vogais. 

É pelas expressões que se define a segurança masculina. Sempre duvidei de homem que diz que vai fazer xixi. Xixi é coisa de criança. Eu não represo a gargalhada quando um amigo adulto e de vida feita comenta que vai fazer xixi. Imagino o cara sentado. Infantil, como Ivo viu a uva. Já urinar é muito laboratorial. Prefiro mijar, direto, rápido e verdadeiro. As árvores mijam. Os relâmpagos mijam. Os cachorros mijam para demarcar seu território. Aliás, o correto é não anunciar, ir ao banheiro apenas, para evitar constrangimentos vocabulares. 

Canalha funciona como uma agressão íntima. Uma agressão afetuosa. Uma provocação. Não se está concluindo, é uma pergunta. Canalha é uma interrogação gostosa. 

Não ficarei triste se esquecer meu nome, chame-me de canalha."



(Fabrício Carpinejar)

domingo, 23 de janeiro de 2011

"Dai-me Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo, um ponto de partida para um novo avançar."

(Cecília Meireles)

"...O que você fez matou as promessas
E você aqui dentro de mim não existe mais nada seu
Escolhi seguir outra direção
Apagar da minha memória
Você era pra mim algo insubstituível
Se arrepender é um direito
Pra quem tem muito o que viver
O que passou já ficou pra trás
E se te ver, vou tentar parecer normal
Vou seguir o meu caminho..."



(Nx Zero - Insubistituível)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

música lindaa! *-*

"Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?"
"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontadeQue a vida não espera por vocêAbraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas, vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos, se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir.E só."

“E tem gente maravilhosa que, de repente, vai ficando longe, difícil de ver – e aí dança. Mas também acho que aquilo que é bom, e de verdade, e forte, e importante – coisa ou pessoa – na sua vida, isso não se perde. E aí lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que “o que tem de ser, tem muita força”. A gente não tem é que se assustar com as distâncias e os afastamentos que pintam.” 

(Caio F.)
Um sambinha de boa qualidade e com uma letra tão linda assim faz a gente começar bem o dia! =)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Como faz com toda gente, a vida já aprontou tantas comigo, já me testou emocionalmente de tantas maneiras, já cansou tanto a minha beleza com suas armadilhas medidoras de fé, que, no fim das contas, ou aqui bem no meio delas, ela me trouxe a graça e a liberdade de experimentar viver com um coração que não é de todo valente, mas que é humano. Coração humano é feito para o afeto, quer a gente consiga viver ou não esse chamado. Coração humano é feito as borboletas, imaginado para espalhar pólen de luz, alegria, bondade, amor, de incontáveis jeitos, nesse imenso jardim, com a vantagem preciosa de geralmente viver muito mais tempo do que elas. Coração humano, por essência, é criador de beleza. É rascunho de Deus pra gente passar a limpo. E quanta dor acontece, meu Deus, porque a gente não passa. Que me desculpem os apáticos: não tenho medo de sentir, eu sinto muito. "
(Ana Jácomo)
" Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí.
Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol . E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto, e passa a ser minha vida ."

(Tati Bernardi)
 "Eu não sei esperar nada. E a natureza gritando no meu ouvido então, já que sou birrenta, vou ficar sem nada mesmo. Porque é preciso saber viver. Atiram a gente nesse mundo, nosso coração sente um monte de coisa desordenada, nosso cérebro pensa um monte de absurdo. E a gente ainda precisa ser superequilibrada para ganhar alguma coisa da vida. Como se só por estar aqui, aturando tanta maluquice, a gente já não devesse ganhar aí um desconto para também ser louco de vez em quando."
 
(Tati Bernardi)


"Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
Bastante assunto."
 
(Tati Bernardi)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Como diz o escritor argentino Jorge Luís Borges, seja leve. Ponto. Se algo insiste em não estar bom para você, não insista mais. Pegue seu boné e... "on the road"! Sempre haverá outras pessoas, outros lugares, outros trabalhos, outras paixões, que parecerão para a vida toda, outros projetos... Melhores, piores, ou simplesmente diferentes dos quais você se acostumou. Mas o importante é que a escolha é sempre sua. E fazer como naqueles jogos de criança em que você dizia "passo!" ou "bandeirinha!" também não ajuda. Porque não fazer escolhas já é uma escolha. Talvez a mais perigosa delas.Deixe a vida correr no seu próprio ritmo e viva. De bem com você. Ponto. Sem precisar inventar que está bem ou querer parecer bem, porque esse bem-estar artificial é ilusório. Não passa de efeito Photoshop. Criar uma falsa impressão de estar por cima sem estar é cosmético, não é medicinal. Fica bonito na hora e só pra quem está vendo de fora, mas não resolve o problema. Melhor é tomar uma atitude medicinal, então: seja você - com todos os ônus e bônus que isso implica.Se surgir uma viagem para a China, pra Índia, para as Maldivas, vá. Avise aos amigos, mande notícias de um cyber de lá, mas vá! Se for uma viagem a uma praia que fica logo ali, a 60Km, vá... E se for só pra curtir no seu quarto, curta! A quantidade de quilômetros não importa. O que quer que você tenha ou sinta, seja felicidade, equilíbrio interior, tristezas ou angústias, irão com você, independentemente da distância que você "per-corra".
O que importa é passar por cada experiência, permitir-se ao que cada momento traz. Enfim, viver, ao invés de sobreviver.
E aproveite! Só isso.
Seja feliz com você. E POR VOCÊ. E, paradoxalmente, quando você menos precisar das pessoas é quando mais você as terá por perto. Elas naturalmente vão se encantar e querer cada vez mais a sua companhia, pois sua felicidade será algo autêntico. Sim, será verdadeira porque virá de dentro, e por isso mesmo, será genuinamente contagiante.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Para mim, atualmente, companheirismolealdade são meio sinônimos de felicidade. Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé, para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer: olha, estou querendo me matar, o que eu faço? Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas, quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar. E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido. Dei esse exemplo meio barra pesada de me matar? Esquece, posso ligar para ver o nascer do sol"

(Caio Fernando Abreu)
Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo convivendo com tantas perguntas que o tempo não respondeu e com a ausência de qualquer garantia de que ele ainda responda. É me sentir confortável, mesmo entendendo que as respostas que tenho mudarão, como tantas já mudaram, e que também mudarei, como eu tanto já mudei.

(A. Jácomo)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"- Encho amor e me estouro. Recolho o pó, brilho estrelas, me re-faço."

(Thammy)
"Porque a vida é assim:
quando o outro vai embora é que a gente descobre o tamanho do espaço que ele ocupava..."

(Padre Fábio de Melo)
"Sentei-me ao chão com as minhas insatisfações. Procurei um baú antigo, nos guardados da casa, pra ver se me trazia de volta uma lista de possibilidades. Fraquejei no momento em que um retrato teu me veio à mente. Mas fechei os olhos com força, até que a imagem se esfumaçasse, e jurei pra mim mesma que não haveria de ser com você, não mais. Porque pra mim, amor que fere não me acrescenta em nada. O que me faz infeliz, eu descarto na hora."

(Cris Carvalho)
"Porque talvez esse seja o único remédio quando ameaça doer demais:
Invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota.
Ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só
sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada."

(Caio Fernando Abreu)
"(...) e me bateu uma vontade insuportável de te abraçar e poder te desejar todas as coisas boas que você merece, e até mesmo as que você nem merece."

(Maria Rita)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Mas que seja bom o que vier, para você, para mim."

(Caio Fernando Abreu)

Amores, perdão por essa ausência! Que 2011 seja lindo e doce pra todos! =)
Mas aí, daqui alguns dias você vai me ligar querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder, como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. e eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.