sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Perdoo tudo por preguiça de carregar peso."

(Ziris)
"Temos que ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser o nosso segredo. Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: “Eu sobrevivi”."

(Chris Cleave)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Deixa fluir...

"Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo."

(Caio Fernando Abreu)
"Me encantei.
A culpa é minha. Minha e das minhas expectativas.
Minha e das minhas lamentáveis escolhas.
Minha e do meu coração lerdo. Minha e da minha imaginação pra lá de maluca.
Então, com licença, deixe eu e minha culpa em paz.
Eu e meu delicioso perdão por mim mesma.
Eu só te peço uma coisa. Para de culpar a vida. Pare de ter pena de você.
Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se mate.
Mas se perdoe.
Pelo amor de Deus, se perdoe.
Somos todos culpados, se quisermos.
Somos todos felizes, se deixarmos."

(Fernanda Mello)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"na verdade continuo sob a mesma condição, distraindo a verdade e enganando o coração..."  (Pato Fu )

Então vai ser assim...pra sempre com esse meu jeito!

"Dali pra frente ela brincou. E com seu pó mágico ela faz encanto. Nas máscaras coloridas é que ela não cai. Sabe a hora de tirar o time de campo. Principalmente quando sua fada madrinha a pega pelo braço e dá uns sacodes antes dela entrar pra guerra. E a benze com um galhinho de arruda e muito sal grosso que é pra tirar mau-olhado  culpa do outro que tem fome de olhar. Mas aproveita cada segundo antes de hastear a bandeira num corpo que não é santo: É meu e ninguém tasca. No caminho do coração ela faz ziguezague. Depois, segue rindo, porque acha graça na própria arte que faz. É porque ela gosta assim mesmo, tudo de cabeça pra baixo. Não importa que seja proibido. Se ela quer, ela mesma faz. E arrisca. Prova do prato até enjoar. Da vida ela quer de tudo. Aos montes e duma vez. Nem dá bola pros comentários maldosos. Ela sabe que por dentro tem as melhores intenções. E não quer sangrar ninguém, apesar de já ter sido ferida pelas mesmas pessoas que ela quer bem. Porque nela só cabe o que é branco e leve. Que nem borboleta em campo de algodão. Depois, quando as coisas pesam demais e o coração tá quase virando pedra, ela voa com asas de marfim lá pras bandas do arco-íris, que é pra ganhar energia da terra. Fica sumida uns tempos, até voltar colorida. Toda inteira. Porque ela tem coragem pra levar a vida na raça. Mais uma vez. E outra e outra e sempre."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Não é raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho.
Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé."

(Ana Jácomo)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo estará negro, os números de sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar.
sua boca vai tentar chamar alguém, mas não há alguém solidario o bastante para sair correndo e te dar um abraço, ou te colocar no colo e acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar.
nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem do chão, você vai se lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil.
virão súbitas memórias dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você, e só vão ter algumas músicas repetindo no seu rádio: as nossas.
em um novo momento, você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho delicioso de novo.
o nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre. e quando você finalmente discar meu numero, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até mesmo que eu não queira mais te atender. e se você bater na minha porta ela estará muito trancada, e se aberta estiver, mostrará uma casa vazia. seus olhos te ensinaram o que são lagrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. o nome do enjoo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza. então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com meus olhos encantados, você encontrará a famosa solidão. a partir daí o que acontecerá chama-se surpresa. e provavelmente o rémedio para todas essas sensações acima é o tal do tempo em que você tanto falava." 
(Tati Bernardi)
'Quero sempre o vôo mais alto, a vista mais bonita, o beijo mais doce. Tenho um coração que quase me engole, uma força que nunca me deixa e uma rebeldia que às vezes me cega. Tenho um jeito de viver selvagem, mas sou mansa com quem merecer. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de noite sem estrela. Sou bem mais feliz que tristemas às vezes fico distante. E me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida. Explicação mesmo, eu sei: não há. E me agarro no meu sentir porque, no fundo, só meu coração sabe. E esse mesmo coração que me guia e não quer grades nem cobranças, às vezes me deixa sem rumo, com uma interrogação bem no meio da frase: O que eu quero mesmo?

Por isso, eu te peço (de um jeito meio sem-vergonha, que é assim que eu costumo ser): eu gosto de você, então tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde vou, mas me peça sempre pra voltar. Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto. Eu gosto de você, então tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser, assim, exatamente como eu sou. Meio gato, meio gente. Desconfiada. E independente. E adoradora de todos os luxos e lixos do mundo. Quer me prender? Nem tente. Quer me adorar? vá em frente!'
[F. Mello]

domingo, 21 de novembro de 2010

"Maybe I know, somewhere 
Deep in my soul 
That love never lasts 
And we've got to find other ways 
To make it alone 
Or keep a straight face 
And I've always lived like this 
Keeping a comfortable, distance 
And up until now 
I had sworn to myself that I'm content 
With loneliness 
Because none of it was ever worth the risk
You are the only exception..." 

(Paramore - The only exception)
"Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona um fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, os dias passam rápido demais, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, ninguém sabe ao certo quem descobriu a cor. (Têm coisas que não precisam ser explicadas. Pelo menos não para mim). Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada). Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de Jornal Nacional, de lagartixa branca, de maionese vencida, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos dormem e acordam, nunca sei a hora certa. Mas uma coisa eu digo: eu não paro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei onde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre questiono se você está feliz, se eu estou bonita, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim. Não gosto de meias – palavras, de gente morna, nem de amar em silêncio. Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força. E força não há de faltar porque – aqui dentro – eu carrego o meu mundo. Sou menina levada, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A - M - O. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão com relevo. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa! (E eu – como boa criança que sou – quero mais é rasgar o pacote!)"

(Fernanda Mello)